
Bairro do Amor
No bairro do amor a vida é um carrossel/Onde há sempre lugar para mais alguém/O bairro do amor foi feito a lápis de côr/Por gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar/Num cachimbo a rodar de mão em mão/No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:/Será que ainda cá estamos no fim do Verão?
Eh, pá, deixa-me abrir contigo/Desabafar contigo/Falar-te da minha solidão/Ah, é bom sorrir um pouco/Descontrair-me um pouco/Eu sei que tu compreendes bem
No bairro do amor a vida corre sempre igual/De café em café, de bar em bar/No bairro do amor o Sol parece maior/E há ondas de ternura em cada olhar
O bairro do amor é uma zona marginal/Onde não há hotéis nem hospitais/No bairro do amor cada um tem que tratar/Das suas nódoas negras sentimentais
Eh, pá, deixa-me abrir contigo/Desabafar contigo/Falar-te da minha solidão/Ah, é bom sorrir um pouco/Descontrair-me um pouco/Eu sei que tu compreendes bem
Às vezes faz bem, desabafar um pouco, falar sobre a nossa solidão. Para ti: eu sei que tu compreendes bem, só queria ver-te sorrir um pouco...